Não importa quem eu sou e sim o que eu represento em você. Acredite: há mais de mim no teu corpo do que tu possas imaginar. Pensamentos, sensações, desejos, vontades proibidas e obscuras aparecerão no decorrer de textos. A igualdade com o mundo real não será mera coincidência. Seja bem vindo ao meu mundo, aos meus pensamentos, a minha intimidade, ao meu quarto!

21/04/2011

Quase.

Como jovens vivemos nossa vida: cercado de perigos, proibições, limites. Nossa paixão é maior que tudo isso e burlamos todas as regras. Mais uma vez fomos para o nosso canto, cercado de dois muros, na descida de uma ladeira com um prédio. Os beijos são maravilhosos, as passadas de mão nos lugares certos, a respiração pesada no meu ouvido. Primeiro começa com o carinho, depois, a pele é mais forte e unimos os dois sentimentos: a carne e o amor. Na hora do perigo, a carne fala mais. Joguei-me em cima de ti, construindo um encaixe perfeito entre duas pessoas. Movimentos abusivos, toques que arrancam a pele, teus lábios na minha boca, descendo pelo pescoço em tons grosseiros, mas em momento nenhum sem respeito, parando apenas no meu busto. Fincaste tua boca nele. Foi como uma válvula de escape para o meu deleite. Tuas mãos percorriam a minha costa, descendo até onde era permitido a minha posição. Com movimentos de vai-e-vem, descobrimos que aquele encaixe é ótimo para o prazer. Assim ficamos por um longo tempo. Como tudo conosco acontece como obra do destino, um ser nos interrompeu naquele paraíso. Minha pernas tremeram, meu coração bateu mais forte e eu senti que o teu também. Me abraçaste pra ficar grudado em ti, mas, como reflexo, pulei para o meu banco com medo de repressão. De uma forma abençoada, o vulto passou sem nos olhar na situação calorosa do amor. Ele interrompeu uma hora crucial, a hora do prazer completo. E mais uma vez, não era esse o dia da nossa primeira vez...

08/04/2011

Tentativa frustrada.

Muitos planos para um sábado que, nas ilusões, não seria rotineiro. Pra nós, amantes, era o dia em que iríamos concretizar, de forma selvagem, todo o nosso sentimento implantado na pele que grita pelo corpo do outro. “Meu deus, como vai ser maravilhoso!”, pensei. Nosso encontro, no dia anterior, foi um dos mais quentes – e o mais irritante. Avançamos sinais, formou-se uma linha tênue com o prazer completo, descobri as curvas sinuosas da tua musculatura esculpida como obra dos deuses. Infelizmente, a hesitação fazia parte da nossa noite, pois a situação de estarmos só em sua casa subiu às nossas cabeças, mas, a preocupação de chegar alguém não podia ser renegada. Mas eu te quero, mas eu te quero e tem que ser agora! Por um momento perdi o senso, minha cabeça, minha paz de espírito. Chegamos a ficar tão compenetrados um no outro que iniciamos o jogo da sedução. Com teus toques macios, abaixaste minha roupa e com um ímpeto de coragem, me vi despida da cintura pra cima. Busto à mostra, tu ganhaste um mundo que antes não era possível habitar. As mãos rolaram numa vontade de possessão tão intensa que, por um instante, nos esquecemos do inesperado. Porém, como dois apaixonados, esquecemos desse empecilho e vivemos loucamente este momento de loucura. Por obra do destino, descobrimos que ninguém iria chegar, ninguém ia nos atrapalhar. Ninguém. Passamos tanto tempo nos importando com os seres externos que, quando essa informação nos chegou, a risada foi a melhor reação... Realmente, não era pra acontecer nesse dia!

03/04/2011

Falta.

Ausência, essa é a palavra infame que teima em permanecer em meu vocabulário mais do que nunca. Ausência do teu corpo, dos teus braços, do quão me sinto envolvida nos teus lábios suaves. Ausência da pessoa que me sinto ao teu lado, dos teus abraços, da respiração pesada no meu ouvido. Ausência do teu toque ardente acompanhado com uma brisa calma, repleto de amor. Me sinto perdida no meu destino com tua falta. O teu corpo se completa ao meu com movimentos bruscos, calorosos, teu olhar melífluo me conduz num universo paralelo o qual me sinto atraída pro teu corpo, onde a única gravidade existente é a que me puxa pros teus braços. A ausência permanece com a ideia de me fazer companhia no teu lugar, mas o vazio é cada vez maior. Transporto-me para ilusões, na busca inflamável de te encontrar em qualquer canto. A gravidade não me ajuda e cada vez mais me sinto longe, mas conta a minha vontade. Começo a desconfiar que há forças que desconheço atrapalhando essa ligação profunda. Um dia ela chega e o meu vocabulário, até lá, desconhecerá a ausência, apenas a tua presença.